14 outubro 2006

Cambalache

"Que el mundo fue y será una porquería, ya lo sé, en el quinientos seis y en el dos mil también; que siempre ha habido chorros, maquiávelos y estafáos, contentos y amargaos, valores y dublé.Pero que el siglo veinte es un desplieguede maldá insolente ya no hay quien lo niegue,vivimos revolcaos en un merengue."
Cambalache - Enrique Santos Discépolo

"O século XX foi um perído de cem anos que se estabeleceu entre 1901 a 2000..."
-Wikipedia

Acho que essa é a definição que mais se aproxima da realidade do século passado e a que menos diz alguma coisa sobre ele, assim como caberia pra qualquer outro. Acredito que os fatos mais importantes, do ponto de vista político, do começo do século XX sejam heranças das unificações dos Impérios Alemão e Italiano pelo final do século XIX (concluidas na década de 1870) juntamente com o surgimento dos Estados Unidos com uma grande potência industrial, sem ainda conseguir fazer frente as nações ou impérios europeus. Essas mudancas políticas ocorridas no mundo culminaram, resumidamente falando, com a primeira guerra mundial, devido as questões revanchistas entre as novas unidades que surgiam fortes no cenário interncional, tanto economicamente, como em influência política ou em poderio militar e as nações antigas ja estabelecidas.

Na ciência, os grandes conflitos do paradigma da Física culminando com a Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica como ícones da chamada de Física Moderna, tornando também imortais nomes como Albert Einstein, Max Planck, Niel Bhor, Maurie Currie e tantos outros injustamente não citados aqui, se iniciaram no final do século XIX com a unficação das leis da Eletricidade e do Magnetismo, a formulação da Termodinâmica e da Mecânica Estatística por Boltzmann e por Gibbs, Além do início do estudo da radiação, e a falha experimental mais correta até então: o experimento de Michelson e Morley.

A Biologia também apresentou grandes avanços no fim do século XIX como a formulação da teoria da Evolução de Charles Darwin e também o começo do estudo da genética por Gregor Mendel (Ele e suas ervilhas!) . Mesmo também sem o descobrimento que viria a ser feito anos mais tarde, em 1869, é descoberto por Friederich Miescher a nucleína, uma substância até então desconhecida (como sempre! =D ) pelos químicos, e recebeu o nome de ácido nucleico.

Pela "ciência" conhecida com química (com q), o fim do século XIX foi importante pois...pois...pois...bem...pra não dizer que não aconteceu nada, Mendeleiev esquematiza a Tabela Periódica. Como a regra de proporcionalidade (popularmente conhecida como regra de três ou "multiplica em x") ja era algo muito bem conhecido, nada de importante desse apêndice da Físic...ou melhor...dessa "ciência" (com "..." e c!) foi criado.

=D

O século XIX lançou as sementes. No século XX colhemos os frutos.

As expectativas eram das melhores, afinal a ciência evoluiu, a economia evoluiu e a sociedade idem. Ou pelo menos progrediu. Eu acredito em uma diferença entre progresso e evolução. Um exemplo é o seguinte:

Apesar de um grande avanço da Medicina e da Bioogia (descobrimento da dupla hélice, sintetizaçao de antibióticos e até mesmo a impactante clonagem de seres adultos) juntamente com o avanço no sistema tecnológico como um todo, o que nos permitiu a construção de aparatos como os automóveis, o avião e o dirigivel (que permitiam um vôo controlado), os computadores e os p-computadores que iriam se popularizar na década de noventa. Além disso, a Física passou por uma (r)evolução conceitual talvez tão forte quanto a quebra da visão geocêntrica em prol de uma visão heliocêntrica. O advento da Mecânica Quântica e da Relatividade estremesseu de tal forma os alicerces das ciências naturais que muitos dos cientistas da época as julgaram falhas ou irreais. De fato, a visão tradicional e concensual guiada por nossos sentidos era algo (e ainda é hoje) muito resistente a novas idéias.

Nem mesmo a revolução cultural ocorrida na segunda metade do século XX, como a invenção do cinema, a "criação" e popularizaçao do Rock'n'Roll por expoentes como Elvis Presley, Chuck Berry, Beatles e os ideiais de paz e igualdade entre os seres humanos, utópicos é verdade, mas muito bem retratados na música Imagine de John Lenon foi capaz de acabar com as desigualdades e os abismos sociais existentes entre o primeiro e o terceiro mundo. Não foi capaz tampouco diminuir o preconceito que talvez tenha se tornado mais amêno, ou pelo menos, mais hipócrita ainda tanto contra cores, sexualidades ou religiões diferentes. Talvez a reforma cultural teve seu peso no arrocho dessas "fraquezas humanas" com a invenção da nossa educadora , a Televisão, que convencionou e padronizou a beleza e felicidade no mundo.

Antes disso porém, o começo do século XX viu também o acontecimento de duas grandes guerras mundiais, causadas por interesses ecônomicos (sempre a frente dos interesses sociais é claro), iniciadas na Europa e espalhadas então depois pelo globo. A primeira delas durou de 1914 a 1918 e resultou em milhares de mortos, um continente arrasado e redesenhado, o fortalecimento dos Estados Unidos e o surgimento do Comunismo Real (Definido assim aquilo que foi implantado na Revolução Russa, depois da morte de Lênin).
A segunda guerra datada de 1939 a 1945 teve a faceta anti-semita das ditaduras que vigoravam na Europa, sobretudo o Nazismo (Alemanha, Adolf Hittler) e Facismo (Italia, Benitto Mussolini) revelada para o mundo. Além disso, foi presenciada a maior prova de capacidade humanda para a destruição nos dias 6 e 9 de agosto em, respectivamente, Hiroshima e Nagasaki. E as consequências, mais uma vez, foram catastróficas. Consolidação do Império Americano, rivalizado na época pelo bloco comunista liderado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), causando um periodo de tensão no mundo que durou cerca de trinta anos. Nesse período, o mundo viveu sob o medo de uma guerra nuclecar entre os dois blocos nos quais o mundo estava dividido.É claro que esse periodo de tensão teve um lado positivo: O desenvolvimento técnológico, mas que, definitivamente, o preço que foi pago foi alto demais, aliás acredito que o preço que foi pago por esse progresso é caro demais pra qualquer outra coisa que eu consiga imaginar.

Usufruir desse desenvolvimento, não só do pós guerra mas desde o início do século, teve um agravante ambiental, principalmente com difusão do automóvel e dos meios de transporte que utilizam motor a combustão interna, devido ao seu principal combustível: o petróleo, que além da degradação ambiental, o controle das jazidas dessa que se tornou a principal fonte de energia do planeta gera guerras e mais guerras, vide Iraque e Afeganistão.

O que vimos durante esse século foi a destruição do meio ambiente em nome do progresso, assim como a ancensão de ditaduras e opressão as liberdades individuais e sociais, assim como o crescimento de movimentos nacionalistas extremados e racistas. Vimos também o surgimento de novas maneiras de se fazer guerra como o terrorismo. Presenciamos também a degeneração de valores humanos absolutos e universais, isentos a hipocrisia da ética ou da moral social. Mas acredito que a pior de todas as tragédias foi o aumento das diferenças sociais e os abismso sempre existentes entre as naçoes pobres e as ricas, reforçadas pela globalização (lê-se americanização). Entretando, vimos o florecimento de novos métodos de luta contra as injustiças. Mesmo que poucos tenham funcionado, soubemos que é possível. Talvez não mais. Todavia, este iludido novo blogueiro por alguma razão tem suas crenças nesses pequenos e raros exemplos de que existe alguma solução.

Esses são os exemplos entre a diferença, segundo o meu ponto de vista, entre evolução e progresso.

Assim, embora eu não concorde que o século XX tenha sido uma desgraça completa, acredito que os pontos negativos foram marcantes demais para a sociedade humana como um todo.

E por último, será que também para o século XXI as palavras que estão no início desse post, de Enrique Santos Discépolo, serão válidas?

Pensando sobre isso, cheguei a seguinte conclusão:
Alguns dias atrás tive grandes indicios que sim, que os fatos serão como cantados nesse antigo e belo Tango de 1934. Esses indicadores aliás todos nós percebemos! Basta olhar para o resultado das eleições de poucas semanas anteriores. Maluf em primeiro em São Paulo como Deputado Federal e Clodovil (3611 que segundo ele "24 é coisa do passado, o negócio agora é o 11, um atrás do outro!" em sua propaganda política) eleito como o terceiro também para o cargo do poder legislativo federal do maior estado desse país. Tivemos também no senado, Fernando Collor de Melo em Alagoas (esse mesmo! Aliás, aquele mesmo de quatorze anos atrás) e José Roberto Arruda no Distrito Federal como governador (Esse...bem...esse é um dos envolvidos na violaçao do painel de votação secreta do senado, aquele que chorou ao renunciar ao cargo. Vale lembrar também que ele é do mesmo partido do Coronel ACM, ambos sao do PFL. Pois é, também ta de volta!) dentre outros.

Entonces hermano Discépolo, como ti él dijo

"Hoy resulta que es lo mismo ser derecho que traidor, ignorante, sabio, chorro, generoso, estafador.¡Todo es igual, nada es mejor, lo mismo un burro que un gran profesor! No hay aplazaos ni escalafón, los inmorales nos han igualao... "
Cambalache - Enrique Santos Discépolo

11 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ota,
Boa contextualização do que doi esse século XX. Devo dizer que não tão abragente como a definição da espetacular wikipedia, mas uma boa contextualização :)
Quanto às resistências, abordadas por você no parágrafo 12°(creio eu), elas aconteceram, e acontecem. Esteja certo! Apesar de não termos mais o Maio de 68, temos as pequenas resistências, aquilo que vai escapando pelas frestinhas, pelos cantinhos despercebidos. São logo capturados, detituídos de sua intenção inicial, mas logo outro virá!
E não desistiremos! Eu pelo menos ainda quero lutar. Não pelo progresso ou pela evolução, mas pela manutenção constante da potência da vida!

8:16 PM  
Blogger Ota said...

Mas será que os outros serão funiconais e vale a pena lutar por eles?

Acredito que sim, que não devemos desistir de lutar, pelo que acreditamos, independente dos resultados que nos foram mostrados, como em 68.

Beijos Carol

8:24 PM  
Anonymous Anônimo said...

O TILICO DISSE:


REco-reco!
gostei muito da sua exploração sobre qual o caminho percorrido pelo homem durante o século XX. Este foi um século cujas consequencias do século anterior e as sobrepujantes elevações da ciência contornaram e mudaram rumos e interesses humanos. Foi no século XX que o homem pôde ver concretizada uma situação imaginada por Karl Marx em 1848 ( entre outros pensadores), e também passou por períodos de renovações e inovações. Apesar dos pesares, infelizmente a bomba atõmica foi uma consequencia do avanço tecnológico, tão bem como foi o socialismo real da URSS. O século XX foi um século cujos experimentos e imaginações do século XIX misturaram-se e sairam da teoria.
O século XX foi alvo ( por completo) da transormação do pensamento científico. O paradigma passou e deixou rastros por todas as ciências e até nosso modo de pensar a história modificou-se.

Temos aí duas guerras cujas as frentes potenciais políticas ( aliadas as situações econômicas) deram braço a conflitos e brigas. O Brasil viveu um período de escolhas políticas - aceitar apoios alemães ou concordar com os EUA?)

Um século de experimentos.


A segunda metade do século XX, marcado pela grande influencia político-econõmica da bipolaridade mundial, dau a tonica ao avanço dos avanços. O homem saiu do papel e pos em prática. Era esse o momento de inovar e avançar. Eis que o homem foi para o espaço e percebeu que uma caixinha que movimenta elétrons pode ser uma das mais potentes mídias. Do rádio, o homem foi para a televisão, tal como do avião, o homem passou para o espaço.

Um século de renovações.


Seu avanço tecnológio e destruição ecológica denotou também cmo moldes de um século cego. Apesar de tantos avanços, idas e vindas, inovaçõe e revoluções, O homem esqueceu de arruamar a casa. Eis que o aquecimento globa e sussecivas mudanças climáticas estejam dando o alarmo de uma mudança extremamente brusca. O que naturalmente evoluiu em milhoes de anos, vè em sentidos de inovações, destriuir em décadas.


Este século, de experimentos e tentativas, de conflitos e mortes, avanços e desarranjos foi um período que limitou a vontade humana. Ele está em seu auge informativa. Nunca houve uma rapidez de informações como hoje. assim como nunca houve um avanço crilático como hoje.

Eis que o século XX desaflora-se como uma sociedade da rapidez - de formar o homem e também de destuí-lo.

Admirei muito a sua análise - perpassar pelas ciências e pela história é algo importante - assim unimos o fato ao ato e moldamos a situação.


O século XX abriu as portas para o século XXI. Eia a grande questão. A grande dúvida é - podemos toamr como consequênte o século XXI a partir do século XX, ou podemos crer, que como a história, os homens também agem a favor de sua própria vontade, podendo dezpresar seu passado em questão de segundos?


Bem-vindo ao mundo da humanização. O século XXI é algo que nos arrepia, se tomarmos como agente principal do século XX, mas como um brando vento se mudarmos nossa óptica.

Eis um século da prática da teoria do século XIX - o século XX.

8:54 PM  
Blogger Ota said...

Fico arrepiado só de pensar como comecou esse novo século, mas espero que na forma de brisa ele venha, e venha logo.

Quero dizer também que meu texto alem de curto para a quantidade de fatos relevantes para o periodo do século XX, foi escrito também por um leigo, sem nenhuma formação em assuntos de história, filosofia e ciencias políticas. Por isso, nada de profundo a no texto.

Tilico, obrigado pelo comentario, achei bem esclarecedor e bem rico!

Abraço

9:09 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caro amigo, eu lamentei particularmente a ausência de qualquer referência aos diversos ramos da filosofia, à literatura e às artes do século XX em geral (com exceção do cinema e da música, que foram pelo menos mencionados). Mas isso é perfeitamente compreensível, é claro. Não seria possível sequer mencionar os acontecimentos marcantes em todas as áreas da vida humana. Então nem vou começar a censurá-lo por não ter escrito um livro a respeito. Meus poucos desacordos quanto à sua análise podem ser resumidas nestes três detalhes:

1) Não sei quanto à Primeira Guerra, mas não penso que a grande motivação da Segunda tenha sido primariamente econômica. A questão econômica, embora sempre importante, esteve, no meu entender, subordinada à questão ideológica, relativa aos valores e visões de mundo (no sentido mais abrangente possível) dos povos e nações envolvidos. Reduzir tudo à economia, ou mesmo à política, parece-me simplista demais.

2) Não penso que globalização seja sinônimo de americanização. Aqui no Brasil sabe-se muito pouco sobre a política interna americana, e a coisa não é tão simples quanto dizem nossos meios de comunicação. O verdadeiro fomentador americano da globalização não é o governo, e sim as ONGs bilionárias e órgãos vinculados à ONU, que pretendem impor um domínio global suprimindo as soberanias nacionais. Os políticos nacionalistas americanos são tão contrários à globalização quanto os políticos nacionalistas dos países subdesenvolvidos. Globalização é o oposto de nacionalismo em qualquer parte do mundo, inclusive nos EUA.

3) Notei que na sua lista de safados eleitos no início deste mês só constam políticos de direita. Também temos vários eleitos petistas dos que estavam envolvidos no mensalão e similares. Espero que sua memória não tenha sido propositalmente seletiva. Ou os crimes da esquerda não contam?

Tirando esses detalhes, concordo inteiramente com você, e quero destacar aqui um dos pontos principais do seu texto, que é a crítica à noção do progresso, que, se inquestionável do ponto de vista estritamente técnico, torna-se altamente discutível (pra não dizer claramente absurdo) quando os critérios abrangem todos os aspectos da vida humana. Os acontecimentos do século XX, por horríveis que tenham sido, trouxeram o benefício de livrar-nos da ingênua concepção positivista do século anterior a respeito de um progresso contínuo e inexorável da humanidade. Nesse sentido, seu texto demonstra que você aprendeu uma das lições mais significativas que o século XX teve a nos ensinar.

Parabéns pela iniciativa do blog! E parabéns também pela qualidade do texto!

André.
alvenancio@yahoo.com.br

2:28 AM  
Blogger Ota said...

André,
Como você mesmo disse, por dois motivos não mencionei nada sobre as artes, literatura ou mesmo a filosofia do final do século XIX e da totalidade século XX. Primeiramente pelo tamanho que ficaria o texto (como você mesmo disse, não podiasse esperar que fosse escrito um livro) e em segundo lugar que o texto que eu escrevi é uma síntese de fatos que eu tenho algum conhecimento sobre, o que demonstra que eu não saberia falar praticamente ou absolutamente nada dos tópicos que você sitou. Bom, quanto as discordâncias vou comenta-las uma a uma:

1) A minha crença e meu conhecimento (não muito é verdade) sobre o assunto da segunda guerra, tem um caráter revanchista, que talvez seja parte do motivo ideológico no sentido mais abrangente que você menciona. Dizer que a Segunda Guerra foi causada por motivos econômicos pode ser reducionismo da minha parte, porém pelo que eu conheço da história do conflito, essa é a principal razão da guerra.

2) Sobre a diferença de globalizaça e americanização que você coloca, sendo a globalização algo defendido pelas Nações Unidas e pelas ONGs. Os políticos nacionalistas de todos os países desenvolvidos (não somente nos EUA) podem ser contra a globalização, segundo o que você afirma. Entretando, os governos de grandes países desenvolvidos são subordinados a grandes empresas, as grandes organizações que são citadas nos seus comentários. Um exemplo disso é a não assinatura do Tratado de Kyoto, pelo presidente Bill Clinton, e a manutenção da idéia por George W. Bush, defendnendo o interesse das indústrias e do petróleo americano. Pode parecer uma atitude nacionalista, mas de fato os intereses econômicos neste caso são voltados para o mercado externo, e sua dominação. Americanização também apresenta outro sentido nesse texto: o domínio do fraco pelo forte. O que os EUA é, salvo as correções de época, o que a Inglaterra fez com o mundo até o final do século XIX. É também o que o Brasil faz com a Bolívia (é verdade que é em menor escala devido a fragilidade do dominador) aqui na América do Sul, entre outros...

3) Os safados eleitos a quem eu me referi são só alguns exemplos. Óbviamente exixtem muitos safados que eu não conheço que são de esquerda e alguns que eu conheço mas que ão foram citados pelo tamnanho do texto e pela dinâmica dele (acho que se sita-se mais alguns, e não seriam poucos, candidatos eleitos com passado obscuro, o texto ficaria o livro que você disse no primeiro comentário.

Do mais, obrigado pela crítica e pela forma com que encarou o texto, analisando-o ponto a ponto. Achei isso muito válido, e além disso é mais simples de ver onde discordamos para podermos discutir sobre o assunto.

Abraços meu amigo

8:55 AM  
Anonymous Anônimo said...

De fato a lista de todos os acontecimentos marcantes do século XX só seria superada em tamanho pela lista de políticos corruptos que estão no executivo e no Congresso Nacional. hehehe

Concordo que a Segunda Guerra teve um caráter revanchista, e foi sem dúvida uma disputa pelo poder. Só não concordo que isso permita reduzir tudo à questão do poder econômico, até porque nem todo mundo concorda que o nazismo tenha sido inerentemente capitalista, apesar de ser isso o que muitos dizem. Seja como for, seria ridículo supor que o Estado nazista era apenas mais um estado capitalista lutando pelo poder, como todos os outros. Sabemos que o nazismo era muito mais que a mera combinação de capitalismo e nacionalismo, e esse reducionismo perde de vista todos os demais aspectos.

Quanto à globalização, eu havia entendido mal o que você quis dizer. Você se referiu a ela em termos econômicos, e eu a interpretei em termos mais políticos. Na minha opinião, tudo o que os nacionalistas americanos querem é manter uma margem de superioridade econômica e militar, e a soberania nacional. Já a ONU e os demais globalizadores são justamente os que tentam formular leis universais e obrigar os Estados a aceitá-las. Nesse sentido mais político, o Protocolo de Kyoto em si é um exemplo de globalização, e a recusa dos EUA em participar dele é uma reação claramente nacionalista. Reação explícita, aliás, já que o motivo claramente alegado contra o Protocolo é que ele prejudicaria a economia americana. As multinacionais têm todo o interesse do mundo na globalização e não estão tão preocupadas com a economia nacional, justamente por serem multinacionais. A coincidência de interesses entre elas e o governo quanto ao Protocolo não é necessariamente uma regra. Assim como as fundações e a ONU, as empresas têm interesses próprios e nem sempre coincidentes com os dos EUA ou de outro país. Mas note que não estou discutindo qual dos dois lados está correto, se é que algum está.

Uma coisa que eu acho importante ressaltar mais uma vez é que, embora eu tenha gasto mais espaço para criticar do que para elogiar o seu texto, isso não significa que não tenha me agradado. Pelo contrário, peço que considere o fato de eu ter manifestado meu desacordo sobre três frases como um sinal de que concordo com todas as outras dezenas, principalmente as que falam sobre a química. hehehe O problema é que quando eu concordo geralmente não sinto necessidade de acrescentar nada, mas gosto de explicar bem os motivos da minha contestação, para não parecer (nem ser) injusto ou dogmático.

Mas acho que vou deixar de ser tão chato, pra você ter tempo e disposição de redigir o próximo texto. :) Abraços!

André.
alvenancio@yahoo.com.br

4:16 PM  
Anonymous Anônimo said...

Em meio a tantos comentários inteligentes e interressantes sobre seu texto, vejo que nada posso acrescentar... mas gostei muito dele e da iniciativa...não sabia que você escrevia tão bem!

Beijo

2:05 PM  
Blogger Ota said...

Camila,
Obrigado por ler esse texto e me desculpe por demorar tanto para responder seu comentário.
Se puder continuar lendo os textos que eu escrevo fico muito grato!
Beijos e Obrigado mais uma vez!

12:21 AM  
Blogger Elton said...

Salve,

O Hobsbawnm discordaria do wikipedia, já ele diz que o século vinte foi curto, tendo iniciado na primeira guerra mundial e findado na queda do muro de berlim.

No meu entendimento o aspecto mais importante do século XX foi o surgimento e a consolidação do modelo do capitalismo industrial de massas por meio do fordismo-taylorismo. Os "valores" ou "princípios" deste modelo (como: replicação, padronização, divisão de tarefas, etc...) se estenderam a quase toda atividade humana. Foi aplicado na produção de automóveis, cadeiras, músicas e guerras. Na primeira grande guerra já houve um ensaio neste aspecto, mas foi a segunda grande guerra em que a Guerra Industrial tornou-se o state-of-the-art. Guerra de grandes bombardeios, em grande escala. O campo de concentração nazista é o máximo do industrialismo aplicado à aglomeração de prisioneiros.
Não é por acaso que, 4 meses antes do início da SGM, Ford recebeu a mais alta condecoração nazista.
Foi por dominar o fordismo como ninguém no mundo - o que ainda era vanguarda na época - que a alemanha nazista se reergueu economicamente e se tornou uma potência bélica com grandes possibilidades de vitória, não fosse a entrada na guerra de URSS.

Vou discordar do André: as motivações para a guerra foram sim, essencialmente, econômicas. A menos que se considere desejo de poder uma ideologia. Evidentemente que havia um discurso ideológico (e mesmo algum fator ideológico para justificar as atitudes agressivas), mas têm tanta relevância (talvez um pouco mais) quanto o discurso do Bush sobre democratizar o Iraque (que lembra o discurso nazista sobre civilizar o mundo, sob inspiração dos romanos). O discurso adotado pelos nazistas, e que hoje nos parece absurdo (tomara), estava muito em moda na época. Vide Mussolini, Franco (aquele que era adorado por São Josemaría Escrivá, o santo de devoção do Alckmin), Salazar. Getúlio (esta figura incompreensível) tinha suas simpatias pelo Hitler. É muito provável que um, digamos, "homem de bem" em Portugal, na Espanha e na Itália, por exemplo, tivessem um discurso parecido com o de um, digamos, "homem de bem", na Alemanha nazista.

6:15 PM  
Blogger Elton said...

Sobre a globalização, Otávio, concordo com você.
A globalização é um fator real de empobrecimento dos que já são os mais pobres, em todo o mundo.
Concordo com o André, há nos EUA quem seja contra a globalização, discordo, entretanto, que o motivo seja de natureza meramente ideológica (quando ele fala em "nacionalistas").
A "deslocalização da cadeia produtiva", ou seja, a possibilidade de uma empresa estadunidense (ou de outra nacionalidade) mandar fabricar seus produtos em algum inferno trabalhista, como a China, provocou um aumento na concorrência do mercado de trabalho e conseqüente onda mundial (nisto incluo os países ricos e os EUA) de desembrego, além de uma pressão perene para aceitação do subemprego e da degradação das leis trabalhistas (tucanizadas como "flexibilização"). Veja como a China (que posa de comunista, mas pratica capitalismo de Estado) se tornou a vedete da elite predatória (foi até capa da Veja - a maior revista estadunidense publicada no Brasil).
Repentinamente, as leis trabalhistas tornaram-se (no mundo todo) as novas vilãs do emprego (leia-se, do lucro dos capitalistas)! Lembra-se dos disturbios na França?
E não vou entrar no problema da globalização dos mercados consumidores, já estamos acostumados com nossas rádios tocando o lixo do lixo da industria cultural ianque ou europeu (olha a padronização fordista ai gente!!!)

Querem que sejamos como a China? Tudo bem, comecemos pela revolução cultural maoísta. Manda reservar o Maracanã.

Por falar em China, uma notícia esclarecedora sobre os interesses dos EUA: http://www.estadao.com.br/ultimas/economia/noticias/2006/out/13/166.htm
Título e subtítulo:
"China elabora projeto de lei contra abusos trabalhistas.

Legislação que quer diminuir efeitos negativos do crescimento econômico enfrenta oposição de grandes empresas americanas instaladas no país"

Por falar em pressão pela degradação da legislação trabalhista:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/09/359840.shtml

6:54 PM  

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