Chicó
"Saddam Hussein é condenado à forca..."
Essa foi a manchete que li na hora que acordei nesse domingo de feriado prolongado, feriado qual passei em Marília.
O ex-ditador iraquiano foi condenado por crimes de guerra e contra a humanidade, dos quais inclui a morte de milhares de curdos, dentre outras coisas terríveis, dessas quais somente nós seres humanos somos capazes de fazer.
Lembro-me que quando era criança me perguntava o motivo de uma aliança internacional não invadir países controlados por homens como Sadam ou Slobodan Milosevic (esse ultimo foi presidente da Sérvia e da República Federal Iuguslava, morto em 11 de março de 2006 enquanto enfrentava um julgamento, também por crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio) para, sobretudo, amenizar o sofrimento das pessoas que la viviam e garatir-lhes suas liberdades como povo e os direitos humanos dos quais eram privados.
O estranho de pensar assim quando se é um pouco mais velho (e um pouco mais maduro) é que essa garantia de direitos civis e humanos está ligada na maior parte das vezes a interesses políticos e econômicos e me faz pensar até que ponto essas intervensões são válidas.
No fundo, não acredito mais em guerra justa!
"Saddam Hussein é condenado à forca..."
Hoje quando voltava do feriado que passei na casa de um grande amigo meu de Marília, na pista vi o corpo de um cachorro extendido no chão e lembrei das palavras do Chicó, em "O Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna:
"Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre."
Essa foi a manchete que li na hora que acordei nesse domingo de feriado prolongado, feriado qual passei em Marília.
O ex-ditador iraquiano foi condenado por crimes de guerra e contra a humanidade, dos quais inclui a morte de milhares de curdos, dentre outras coisas terríveis, dessas quais somente nós seres humanos somos capazes de fazer.
Lembro-me que quando era criança me perguntava o motivo de uma aliança internacional não invadir países controlados por homens como Sadam ou Slobodan Milosevic (esse ultimo foi presidente da Sérvia e da República Federal Iuguslava, morto em 11 de março de 2006 enquanto enfrentava um julgamento, também por crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio) para, sobretudo, amenizar o sofrimento das pessoas que la viviam e garatir-lhes suas liberdades como povo e os direitos humanos dos quais eram privados.
O estranho de pensar assim quando se é um pouco mais velho (e um pouco mais maduro) é que essa garantia de direitos civis e humanos está ligada na maior parte das vezes a interesses políticos e econômicos e me faz pensar até que ponto essas intervensões são válidas.
No fundo, não acredito mais em guerra justa!
"Saddam Hussein é condenado à forca..."
Hoje quando voltava do feriado que passei na casa de um grande amigo meu de Marília, na pista vi o corpo de um cachorro extendido no chão e lembrei das palavras do Chicó, em "O Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna:
"Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre."
4 Comments:
Estou estreando minha série de comentários no Cambalache. Em primeiro lugar vou parabenizar a idéia, talvez não tanto a idéia em si, mas a colocação dela em prática: o blog.
Eu confesso, logo que soube dessa sua empreitada, que imaginei vários temas sobre os quais você escreveria. Um que ainda falta, embora talvez não caiba no momento, é esporte.
Sobre os textos anteriores, vou citar eu mesmo: "Assim que eu relê-los, eu comento."
O teor do blog em geral tem um aspecto de decepção, em certos pontos é muito claro, mas mesmo quando não é, é.
"Lembro-me que quando era criança me perguntava o motivo de uma aliança internacional não invadir países controlados por homens como Sadam ou Slobodan Milosevic". É triste, mas é verdade que existem pessoas que ganham muito dinheiro às custas do sofrimento e morte de muita gente, e como você já disse mais de uma vez no Cambalache, o mundo gira em torno do dinheiro que todos querem e não do Sol como se pensava.
Preciso comentar que talvez a minha concepção de criança não seja a mesma que a sua, ou é, e eu descubro agora que meu grande amigo aos 9 anos de idade era um pensador e estudioso precoce de política internacional.
O principal propósito desse meu comentário é ser a minha estréia aqui. Marreco, continue escrevendo!
Um abraço!
Felipe, respondendo ao seu comentário muito bem colocado hehehe...
Sobre o tema esportes, sim, provavelmente o próximo post, aproveitando que o campeonato brasileiro está acabando, quero escrever algo sobre isso. Como deve acabar no fim de semana, talvez ja poste algo sobre.
Quanto a concepção de criança ser diferente e de seu grande amigo ser um pensador e estudioso precoce de política internacional, devo ressaltar que não é bem assim.
Na verdade esse termo criança no meu caso não se aplica a época dos nove anos, e sim entre os 13 a 15 mais ou menos hehehe. E não era um estudioso, era simplismente uma revolta contra a injustiça do lado da verdade que eu conhecia, mesmo que hoje eu saiba que as coisas não funcionam bem da maneira como me passavam. Espero que esses anos que se seguiram desde então tenham servido de aprendizagem na busca por me tornar menos ignorante, apesar disso ser uma missão dificil de ser cumprida.
E concordo quanto dizer que o tom desse blog é de decepção. Acho que é minha fase.
Por ultimo gostaria de agradecer o comentário-estréia e dizer que achei divertido a parte do mundo girar em torno do dinheiro, e não do Sol.
Obrigado e um grande abraço.
Cá estou mais uma vez. Achei interessantes os seus comentários, principalmente pela indignação moral que o acompanha desde a infância. Mas acredito que suas percepções de hoje, embora mais acuradas que as da sua infância tardia, continuam parcialmente equivocadas, embora acompanhadas daquela saudável indignação que já mencionei. Uma vez mais, vou tentar resumir minhas opiniões a respeito das suas.
O primeiro ponto importante eu vou ilustrar com um trecho do Sermão da Montanha (sem, no entanto, querer levar a discussão para o terreno religioso; só escolhi esse exemplo por ser particularmente didático): "Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens" (Mateus 6.2). O que eu considero importante notar neste contexto é que Jesus condenou a vaidade hipócrita que motivou a esmola, mas não disse nada contra a esmola em si. O ato de fornecer meios de subsistência a quem não os tem é intrinsecamente bom e desejável, ainda que as intenções de quem o pratica sejam egoístas e retirem todo o seu mérito por tê-lo praticado. A impressão que eu tive lendo seu texto é que você parece acreditar que o combate à ditadura de Saddam torna-se indesejável pelo simples fato de que quem o promoveu tinha interesses próprios com isso. Não sei se você de fato pensa assim, mas no meu entender isso é um equívoco. É como achar que, já que o judeu rico do século I era vaidoso, seria melhor que ele deixasse os mendigos da sinagoga morrerem de fome.
Tendo estabelecido a distinção entre o valor do ato e a intenção de quem o promove, eu não vejo razão para negar a existência da guerra justa em geral, e da justiça da Guerra do Iraque em particular. Chesterton dizia que "a única guerra defensável é a guerra de defesa". E se o governo americano defendeu os interesses de seu povo (e não apenas os do próprio governo) contra um inimigo declarado, e ainda beneficiou toda uma população estrangeira livrando-a da ditadura; enfim, se os únicos prejudicados foram os aliados da ditadura de Saddam, eu não vejo em que essa operação de guerra pode ser condenável.
Apreciei muito a expressão que você utilizou na caracterização do problema: "interesses políticos e econômicos". Mais uma vez, eu não concordo com semelhantes reducionismos. O povo americano detém a cultura mais caridosa do mundo, e não vejo razão para negar que boa parte de seus governantes também esteja imbuída desse espírito. Mas o simples reconhecimento do fato de que interesses políticos e interesses econômicos não são a mesma coisa já é um progresso em relação ao que você havia dito no seu primeiro post.
Parabéns, mais uma vez, pela iniciativa, que nos oferece mais uma oportunidade de refletir sobre o mundo, antes que sejamos reunidos a Saddam e ao cachorro que você viu na estrada. Abraços!
Caro André,
Obrigado mais uma vez pelo comentário e serei breve na minha resposta pois acho que sua resposta não exige somente uma tréplica mas sim um post novo, que será feito com mais cuidado, não agora!
Para não passar em branco então esse comentário seu e prometendo um post em homenagem a ele, vou "treplicar" somente um trecho seu.
"O povo americano detém a cultura mais caridosa do mundo, e não vejo razão para negar que boa parte de seus governantes também esteja imbuída desse espírito."
Discordo redondamente de você quanto a isso. A cultura americana, pelo que eu conheço, não se trata de caridade mas basicamente de medo e segregação, além de lavarem as mãos frente a responsabilidade que devem ter por ocuparem o posto de superpotencia mundial. Os seus governantes definitivamente não fazem ou fizeram coisas por caridade. Fica aqui a minha vontade de encontrar um contra exemplo do que eu disse, se puder me ajude.
Bom, mais uma vez quero agradecer seu comentário que me fez pensar muito, e como eu ja te falei, ganhará um post dedicado a ele =D
Abraços
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