Jabuticaba
Oi pessoal!
Tem muito tempo que não atualizo o blog. Estava com uma idéia boa para um texto mas vou deixá-la para o próximo (e espero que venha logo) post!
Na verdade, uma coisa que tem me atrapalhado bastante é estar sem INTERNET em casa. Problemas na República Casa dos Caras!
Mas seguindo o post atual, vou colocar um texto que não é meu aqui. Na verdade representa muito, ou começou a representar bastante depois que o li agora a pouco, na minha vida e foi escrito pela minha irmã Ildalia.
Sem mais delongas ai vai o texto!
JABUTICABA
"Hoje tive vontade de ter um blog, ou ainda lembrar a senha do meu abandonado fotolog, e porque não usar um diário...rsrs...mas pensando melhor, estou aqui, postando no blog do meu irmão!!!
Nem preciso falar do porquê do título, afinal todos esperam que a justificativa esteja em algum lugar do texto, mas quero acrescentar que só mudaria este título para “Felicidade” ou adicionaria “... e um Fotógrafo”.
Começo, digo, continuo este texto dizendo que ontem acordei mais cedo do que de costume, na verdade nem sequer acordei, mudei da minha cama para o banco do carro, onde viajei dormindo, parece petulante alguém viajar dormindo, mas mais petulante é o que vou dizer agora, estava a caminho da minha cidade natal, estrada que para mim parece imutável e a qual já percorri centenas de vezes, preferi meu sagrado sono a rever tudo aquilo.
Primeira parada não combina muito com o restante do assunto do qual vou tratar, mas lá estava eu, adentrando ao hospital para “salvar” minha escandalosa tia que teve uma gastroenterite e achou que dali não mais sairia. Porém, mais uma lição, quase médica e sofrendo a angustia da espera por notícias e pela palavra do colega de profissão sobre o estado geral da minha tia, com toda paciência.
Segunda parada, aqui sim, indícios do que seriam esses dois dias e uma noite em que vivi um tanto. Lá estávamos nós, mamãe (a motorista) e eu, no último andar da minha velha casa, não a mais velha, mas sim a segunda mais velha casa, onde vive dos 10 aos 16 anos e 11 meses, e onde passava os fins de semana até pouco tempo atrás. Da garagem ao teto empoeirado, vários degraus de memórias, construídas e arquitetadas com uma gama infinita de sentimentos, momentos inesquecíveis e outros que...uhm...esqueci...ainda bem!!!Rsrs
Dali partimos para um dos principais destinos, o abraço do meu velho (o famoso gordo), uhm, e que abraço bom. Depois de meses sem ver o papai, isso sim era felicidade...
Resolvi então, depois de aproveitar bastante a companhia do papai, fazer umas compras, guloseimas para meu irmão adotivo, e qual não foi minha surpresa ao entrar no supermercado...saudade, e desde quando se tem saudade do supermercado?!? (Briga minha consciência com meu sentimento). Desde quando eu noto que consigo alcançar com facilidade as prateleiras e percebo que os corredores diminuíram e ficaram mais apertados e começo a lembrar de quando eu não empurrava o carrinho, mas viajava no carrinho do meu velho (o motorista), semanalmente estávamos lá, aquilo que era passeio dos sonhos.
De praxe depois do supermercado uma parada rápida na casa mais ilustre da redondeza, a casa da vovó, ou melhor foi tão rápido que só parei no salão da vovó, um abraço e tchau, promessa de voltar no outro dia.
Almoço com papai, comidinha caseira, bife “ali na mesa” (rsrs), descanso com colinho.
E tudo ia se configurando como um dia perfeito e nostálgico...
De volta as lembranças, me pego nos fundos do escritório do meu velho vasculhando seus discos de vinil, sim, LP’s, bolachões, esse ultrapassado meio de propagação de música...rsrs...e em meio a muita poeira e poucos espirros procurava detalhes do passado, e lá estava Michel Jackson, The greatest 70’s Hits, Blues, Cazuza & Barão Vermelho, Jorge Ben, alguns sambas, algumas trilhas sonoras das boas novelas, senti falta dos 30 LP’s dos Beatles que meu pai disse que tinha naquela pilha, mas logo descobri que um primo mais esperto já tinha passado por ali...
À noite, lua minguante (eu acho, não olhei o calendário para conferir e nem sou uma especialista em astronomia...rsrs), e o show todo preparado, Mengão e Fogão iam se enfrentar no clássico mais importante do Brasil, pelo menos para nossa família, onde todos herdeiros são flamenguistas e desafiam os progenitores, botafoguenses. Telão ligado, cerveja gelada no copo e mais um empate, todo mundo feliz, ou menos tristes, afinal ninguém perdeu, se bem que pensando melhor, como vou tirar sarro do meu velho e seu time ruim?!?Rsrs
Acordar cedo foi o que tentamos fazer...direto para a casa da vovó para cumprir minha promessa e matar a saudade, claro...(talvez saudade também possa ser um dos títulos desse texto). E passei horas por lá, reencontrei minha cachorrinha que já mora lá há anos, e melhor que isso, vi e proseei com meu velho avô, ouvi atenta suas lamúrias de dor no pescoço e quando sugiro que ele procure um médico ouço algo que fez minha barriga doer de rir: “Minha filha, essa dor tem cem anos!”...rsrs e aqui chego ao clímax dessa curta história, vovô e eu fomos para o quintal, todos os pés de fruta “vazios”, podados, mas lá estava o velho pé de jabuticaba, apenas com sardas roxas, poucas. E de repente tomamos conta da árvore, com licença do perfeccionista parnasiano (seria isso um pleonasmo?) Olavo Bilac, aquilo que era uma velha árvore bonita, mesmo porque ela tinha o agravante de ter sido plantada, pelo meu avô. Vovô trouxe a escada e rapidamente estava pendurada nos galhos arrancando todas as jabuticabas que podia e todas tinham sabor de mel, e aquele momento também. Foi ali que veio de novo o pensamento, isso que é felicidade. Ainda terminei de chupar as jabuticabas no salão da vovó, as que estavam na geladeira só esperando pela minha visita, ouvindo as histórias da sua octagenária cliente, prestando muita atenção em tudo que ela contava sobre sua infância rabugenta e é agora engraçada, sobre as festas da igreja e das procissões da única rua da cidade, sem tirar os olhos da minha avó, não tão mais jovem, e observando com admiração a maestria com que trabalhava.
E em mais um almoço perfeito, me acabei de comer buchada e lingüiça frita com farinha.
Mais tarde, fui visitar minha babá-mãe (palavra nova que inventei inspirada no mestre Guimarães Rosa, escritor em que me apóio para criar os vários neologismo que fazem parte da minha descontraída fala diária...rsrs...como se os neologismos de Guimarães Rosa fossem próximos das besteiras que invento por pura vontade de fazer meus amigos rirem), cheguei já gritando desde o portão, e lá estava a Mi, terminando de despejar o doce quente da panela para a bandeja, doce divino de cacau, e junto meu irmão adotivo, que me ajudou a descarregar o carro das guloseimas que tinha comprado para ele...horas de lembranças...
E assim, com todas essas coisas simples e corriqueiras da vida que termino esse nostálgico “post”, dizendo a José Mauro de Vasconcellos que prefiro “O meu pé de Jabuticaba” e plagiando o gênio Machado de Assis ao dizer que transmito o legado da minha existência escrevendo. Mas é praticamente um delírio achar que de alguma forma posso sequer plagiar Machado.
Ah, e a adição de “...e um fotógrafo” ? Onde está o motivo desse possível título? Bom, só para ficar claro que foi tudo quase perfeito, a não ser pela falta de um fotógrafo que registrasse com cores o meu sorriso ou a minha felicidade.
Escrito ao som de Van Halen, Queens of Stone Age, Los Hermanos, Ben Harper, Elvis Presley e Green Day.
(Aprendi isso lendo a coluna de jornal de um amigo de uma amiga)
By Ilds"
Daia, gostei bastante do texto!
Beijos e infinitas saudades!
Tem muito tempo que não atualizo o blog. Estava com uma idéia boa para um texto mas vou deixá-la para o próximo (e espero que venha logo) post!
Na verdade, uma coisa que tem me atrapalhado bastante é estar sem INTERNET em casa. Problemas na República Casa dos Caras!
Mas seguindo o post atual, vou colocar um texto que não é meu aqui. Na verdade representa muito, ou começou a representar bastante depois que o li agora a pouco, na minha vida e foi escrito pela minha irmã Ildalia.
Sem mais delongas ai vai o texto!
JABUTICABA
"Hoje tive vontade de ter um blog, ou ainda lembrar a senha do meu abandonado fotolog, e porque não usar um diário...rsrs...mas pensando melhor, estou aqui, postando no blog do meu irmão!!!
Nem preciso falar do porquê do título, afinal todos esperam que a justificativa esteja em algum lugar do texto, mas quero acrescentar que só mudaria este título para “Felicidade” ou adicionaria “... e um Fotógrafo”.
Começo, digo, continuo este texto dizendo que ontem acordei mais cedo do que de costume, na verdade nem sequer acordei, mudei da minha cama para o banco do carro, onde viajei dormindo, parece petulante alguém viajar dormindo, mas mais petulante é o que vou dizer agora, estava a caminho da minha cidade natal, estrada que para mim parece imutável e a qual já percorri centenas de vezes, preferi meu sagrado sono a rever tudo aquilo.
Primeira parada não combina muito com o restante do assunto do qual vou tratar, mas lá estava eu, adentrando ao hospital para “salvar” minha escandalosa tia que teve uma gastroenterite e achou que dali não mais sairia. Porém, mais uma lição, quase médica e sofrendo a angustia da espera por notícias e pela palavra do colega de profissão sobre o estado geral da minha tia, com toda paciência.
Segunda parada, aqui sim, indícios do que seriam esses dois dias e uma noite em que vivi um tanto. Lá estávamos nós, mamãe (a motorista) e eu, no último andar da minha velha casa, não a mais velha, mas sim a segunda mais velha casa, onde vive dos 10 aos 16 anos e 11 meses, e onde passava os fins de semana até pouco tempo atrás. Da garagem ao teto empoeirado, vários degraus de memórias, construídas e arquitetadas com uma gama infinita de sentimentos, momentos inesquecíveis e outros que...uhm...esqueci...ainda bem!!!Rsrs
Dali partimos para um dos principais destinos, o abraço do meu velho (o famoso gordo), uhm, e que abraço bom. Depois de meses sem ver o papai, isso sim era felicidade...
Resolvi então, depois de aproveitar bastante a companhia do papai, fazer umas compras, guloseimas para meu irmão adotivo, e qual não foi minha surpresa ao entrar no supermercado...saudade, e desde quando se tem saudade do supermercado?!? (Briga minha consciência com meu sentimento). Desde quando eu noto que consigo alcançar com facilidade as prateleiras e percebo que os corredores diminuíram e ficaram mais apertados e começo a lembrar de quando eu não empurrava o carrinho, mas viajava no carrinho do meu velho (o motorista), semanalmente estávamos lá, aquilo que era passeio dos sonhos.
De praxe depois do supermercado uma parada rápida na casa mais ilustre da redondeza, a casa da vovó, ou melhor foi tão rápido que só parei no salão da vovó, um abraço e tchau, promessa de voltar no outro dia.
Almoço com papai, comidinha caseira, bife “ali na mesa” (rsrs), descanso com colinho.
E tudo ia se configurando como um dia perfeito e nostálgico...
De volta as lembranças, me pego nos fundos do escritório do meu velho vasculhando seus discos de vinil, sim, LP’s, bolachões, esse ultrapassado meio de propagação de música...rsrs...e em meio a muita poeira e poucos espirros procurava detalhes do passado, e lá estava Michel Jackson, The greatest 70’s Hits, Blues, Cazuza & Barão Vermelho, Jorge Ben, alguns sambas, algumas trilhas sonoras das boas novelas, senti falta dos 30 LP’s dos Beatles que meu pai disse que tinha naquela pilha, mas logo descobri que um primo mais esperto já tinha passado por ali...
À noite, lua minguante (eu acho, não olhei o calendário para conferir e nem sou uma especialista em astronomia...rsrs), e o show todo preparado, Mengão e Fogão iam se enfrentar no clássico mais importante do Brasil, pelo menos para nossa família, onde todos herdeiros são flamenguistas e desafiam os progenitores, botafoguenses. Telão ligado, cerveja gelada no copo e mais um empate, todo mundo feliz, ou menos tristes, afinal ninguém perdeu, se bem que pensando melhor, como vou tirar sarro do meu velho e seu time ruim?!?Rsrs
Acordar cedo foi o que tentamos fazer...direto para a casa da vovó para cumprir minha promessa e matar a saudade, claro...(talvez saudade também possa ser um dos títulos desse texto). E passei horas por lá, reencontrei minha cachorrinha que já mora lá há anos, e melhor que isso, vi e proseei com meu velho avô, ouvi atenta suas lamúrias de dor no pescoço e quando sugiro que ele procure um médico ouço algo que fez minha barriga doer de rir: “Minha filha, essa dor tem cem anos!”...rsrs e aqui chego ao clímax dessa curta história, vovô e eu fomos para o quintal, todos os pés de fruta “vazios”, podados, mas lá estava o velho pé de jabuticaba, apenas com sardas roxas, poucas. E de repente tomamos conta da árvore, com licença do perfeccionista parnasiano (seria isso um pleonasmo?) Olavo Bilac, aquilo que era uma velha árvore bonita, mesmo porque ela tinha o agravante de ter sido plantada, pelo meu avô. Vovô trouxe a escada e rapidamente estava pendurada nos galhos arrancando todas as jabuticabas que podia e todas tinham sabor de mel, e aquele momento também. Foi ali que veio de novo o pensamento, isso que é felicidade. Ainda terminei de chupar as jabuticabas no salão da vovó, as que estavam na geladeira só esperando pela minha visita, ouvindo as histórias da sua octagenária cliente, prestando muita atenção em tudo que ela contava sobre sua infância rabugenta e é agora engraçada, sobre as festas da igreja e das procissões da única rua da cidade, sem tirar os olhos da minha avó, não tão mais jovem, e observando com admiração a maestria com que trabalhava.
E em mais um almoço perfeito, me acabei de comer buchada e lingüiça frita com farinha.
Mais tarde, fui visitar minha babá-mãe (palavra nova que inventei inspirada no mestre Guimarães Rosa, escritor em que me apóio para criar os vários neologismo que fazem parte da minha descontraída fala diária...rsrs...como se os neologismos de Guimarães Rosa fossem próximos das besteiras que invento por pura vontade de fazer meus amigos rirem), cheguei já gritando desde o portão, e lá estava a Mi, terminando de despejar o doce quente da panela para a bandeja, doce divino de cacau, e junto meu irmão adotivo, que me ajudou a descarregar o carro das guloseimas que tinha comprado para ele...horas de lembranças...
E assim, com todas essas coisas simples e corriqueiras da vida que termino esse nostálgico “post”, dizendo a José Mauro de Vasconcellos que prefiro “O meu pé de Jabuticaba” e plagiando o gênio Machado de Assis ao dizer que transmito o legado da minha existência escrevendo. Mas é praticamente um delírio achar que de alguma forma posso sequer plagiar Machado.
Ah, e a adição de “...e um fotógrafo” ? Onde está o motivo desse possível título? Bom, só para ficar claro que foi tudo quase perfeito, a não ser pela falta de um fotógrafo que registrasse com cores o meu sorriso ou a minha felicidade.
Escrito ao som de Van Halen, Queens of Stone Age, Los Hermanos, Ben Harper, Elvis Presley e Green Day.
(Aprendi isso lendo a coluna de jornal de um amigo de uma amiga)
By Ilds"
Daia, gostei bastante do texto!
Beijos e infinitas saudades!
1 Comments:
Vim, que bom que gostou...perto das coisas que vc escreve ficou mais ou menos, não tem como comparar...ahahhaha
Saudade gigante também!!!!
Brigadão por ter deixado eu postar aqui...
Bjuuuuuuu
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