25 janeiro 2008

Desilusão

Olá!
Hoje fuçando no orkut de uma amiga minha dos tempos de graduação vi esse texto no "about me" dela e que confesso que me surpreendi.

"Quando eu era criança dizia que queria ser cientista. Aqui estou eu, quase conquistando meu título de mestre em Astrofísica... e com uma desilusão do tamanho do Universo!
De que vale este título se não posso expressar meu pensamento, e através do meu raciocínio tentar entender os fenômenos da natureza?
Depois de 6 anos me preparando para ser cientista, aprendi que no mundo da ciência manda quem tem mais títulos, quem publica mais artigos científicos, e que só podemos ter como objeto de estudo aquilo que o mercado tecnológico nos paga para pesquisar. Vendi meu cérebro!... e por míseros 900 reais por mês.
Queria ser cientista porque eu acreditava no ideal grego do conhecimento pelo conhecimento. Hoje em dia, a ciência é apenas mais um mercado de trabalho, uma verdadeira luta de egos e poderes. Por esta razão NÃO ACREDITO MAIS NA CIÊNCIA!

Quero ser bailarina!"

Será mesmo que as coisas em ciências são assim?
De fato, é importante o título que você tem, isso te da respaldo. Entretanto, eu vivo uma situação muito parecida com essa amiga minha (a seis anos me preparo para ser cientista) e hoje me questionei: Por quê? Será que acredito no ideal grego de conhecimento por conhecimento que ela acreditava mas que na situação atual é execrado devido ao mercado tecnológico?
De qualquer maneira é uma questão em aberto na minha mente mas alguns indícios de resposta pintam agora:

Acredito que me tornei um cientista com o objetivo de tentar entender como algumas coisas funcionam, sobretudo a natureza. Não quero me comparar com um filósofo grego ou algum intelectual da idade média. Não chegaria nem as unhas desses caras, muito menos aos pés deles. Entretanto, me formar no curso de Física e fazer o mestrado em uma área que me agrada me proporcionou muitas coisas como pensamento crítico, dentro é claro de minhas possibilidades de conhecimento, contato com pessoas interessantissimas e extremamente cultas e com uma capacidade de raciocínio fantástica.

Aprendi que o que a Bárbara (minha amiga) fala no seu texto de que quem tem valor é quem pública mais, quem tem mais titulação e mais nome é algo difícil de aceitar mas que via de regra, entre os cientistas mais competentes que eu conheço isso não tem validade, apesar da guerra de ego que existe na prática da Física. De fato é um trabalho, talvez não como um trabalho mais convencional como por exemplo taxista, engenheiro, advogado ou médico. Não que sejam piores ou melhores, simplesmente são diferentes. Penso que bagagem científica é algo importante, mas idéias coerentes e lógicas independente do seu título, são mais importantes. Se um cara defende um ponto de vista que considero de uma forma ridícula, sem nenhuma base ou coerencia, não importa o título que ele possua, continuará sendo ridículo na minha opnião.

Por fim, ainda acredito na ciência e não quero ser bailarina, pelo menos por enquanto!
Beijo especial para a Bárbara!

Até!

2 Comments:

Blogger Nathalia said...

ei, essa coisa de cientista é fogo mesmo! pode nem parecer, mas tbm estudo pra virar cientista..afe, e cientista na área de humanas..que caos!...mas imagino que pra vcs físicos seja um caos tbm...mas...pelo menos é exatas!heheh...mas como vc disse, essa coisa de se dedicar a ciência pelo menos nos garante um pensamento crítico, que não vai nos deixar ricos, mas....poxa, vai nos dar um pensamento crítico! hahah..poxa, e vc nunca quis ser bailarina? eu nunca quis tbm, queria ser dançarina da Madonna.

Ahhh, viu, lembrei sobre oq eu tava falando do futebol! eu tinha visto uma reportagem ha um tempo, no Fantástico, e achei! aqui ó:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM764317-7823-QUANDO+O+GOL+E+APENAS+UM+DETALHE,00.html
desculpa comentar aqui, mas é q fiquei na dúvida se vc lia comentário de post antigo ou não

7:44 PM  
Blogger Nathalia said...

é, como vc pode ver, o link não coube aqui....
:(
te passo por msn depois

7:45 PM  

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