06 novembro 2006

Chicó

"Saddam Hussein é condenado à forca..."

Essa foi a manchete que li na hora que acordei nesse domingo de feriado prolongado, feriado qual passei em Marília.
O ex-ditador iraquiano foi condenado por crimes de guerra e contra a humanidade, dos quais inclui a morte de milhares de curdos, dentre outras coisas terríveis, dessas quais somente nós seres humanos somos capazes de fazer.

Lembro-me que quando era criança me perguntava o motivo de uma aliança internacional não invadir países controlados por homens como Sadam ou Slobodan Milosevic (esse ultimo foi presidente da Sérvia e da República Federal Iuguslava, morto em 11 de março de 2006 enquanto enfrentava um julgamento, também por crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio) para, sobretudo, amenizar o sofrimento das pessoas que la viviam e garatir-lhes suas liberdades como povo e os direitos humanos dos quais eram privados.
O estranho de pensar assim quando se é um pouco mais velho (e um pouco mais maduro) é que essa garantia de direitos civis e humanos está ligada na maior parte das vezes a interesses políticos e econômicos e me faz pensar até que ponto essas intervensões são válidas.

No fundo, não acredito mais em guerra justa!

"Saddam Hussein é condenado à forca..."

Hoje quando voltava do feriado que passei na casa de um grande amigo meu de Marília, na pista vi o corpo de um cachorro extendido no chão e lembrei das palavras do Chicó, em "O Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna:

"Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre."