30 janeiro 2008

Morte

Olá!

Ultimamente tenho me interessado sobre um tema que talvez não seja tão comum que os demais se interessem: Assassinatos e Serial Killers!
Encontrei num Sebo em Vitória dois livros que me interessavam bastante, chamam-se "A Sangue Frio" do Truman Capote e o outro é o "Zodíaco" do Robert Graysmith e que, recentemente, foi adaptado para as telas de cinema pelo diretor David Fincher, o mesmo que adaptou o livro "Clube da Luta", de Chuck Palahniuk.
De fato, ainda não terminei de ler nenhum dos dois livros por falta de tempo e por preguissa, entretanto pretendo logo dar cabo da leitura do "A sangue frio"!

Esses dias porém, aconteceu algo que também me despertou algo:
Encontrei um filme que é a história do maior carrasco inglês do século XX! Seu nome, Albert Pierrepoint!

Ele foi responsável pela execução de cerca de 600 condenados a morte por forca pela justiça britânica no começo do século e, dentre eles, muitos condenados por crimes de guerra da Segunda Guerra Mundial!

Vinha de praticamente uma dinastia de carrascos: pai, avô e tio! Em um blog espírita que entrei pesquisando sobre este homem, o autor do texto dizia algo como se fosse o mesmo espírito encarnado e que arde em chamas assim como todos os outros cirminosos (pois ele não passa de um criminoso, segundo o post do blogueiro) que ele assassinou. Todas as suas execuções, eram documentadas por ele em seu bloco de anotações e a quem diga que ele era um sádico que encontrou respaldo legal para seu "desajuste social".
Todavia, diziam que ele fazia seu trabalho de uma maneira muito bem feita, evitando que o condenado sentisse dor, obviamente na medida do possível, durante sua morte. Limpava o cadáver e o enviava para a preparação de seu funeral sem mencionar que era um condenado a morte pois acreditava que ele ja tinha cumprido sua sentença e seu corpo merecia um tratamento digno como as demais pessoas.

Bom, o texto não é sobre ele diretamente. Se quizerem mais detalhes observem que o nick dele ta linkado com o wiki (em inglês) da Wikipedia! Essa enrolação toda é simplesmente para fazer refletir como é ter a morte assim tão de perto, tão cotidiana. Quão perturbador deve ser sentir-se responsável por tirar a vida de um outro indivíduo semelhante?
Penso que na cabeça dos Serial Killers, as coisas são diferentes pois muitas vezes existem psicopatologias que determinam prazer naquilo. Mas como será está em contato com a morte de uma maneira tão indiferente, profissonal?

Espero nunca descobir!

Até!

29 janeiro 2008

Necessitamos da Mediocredade

Olá!

A idéia de escrever esse post veio ontem durante uma madrugada em boa companhia virtual. Na verdade a inspiração surgiu ao pensar sobre um fato que tinha me acontecido momentos antes.
Ontem a noite eu assisti uma série chamada "House", que é sobre um médico muito bom. Muito bom mesmo. Entretanto, sua genialidade é muitas vezes suplantada por sua personalidade e suas atitudes. Muitas vezes irritante, aliás, a maioria das vezes que pronuncia alguma palavra, o personagem de Hugh Larry põe em cheque um "princípio" de nossa ética que diz que todos os cidadãos merecem tratamento igualitário. Pra quem nunca assistiu a série, basta dizer que o Sr. Greg House não costuma obedecer normas do hospital em que trabalha, não usa jaleco e muitas vezes se recusa a ver os paciêntes para diagnosticar suas enfermidades.

No post que coloquei aqui o texto sobre o Garrincha chamado "O Maior de Todos", existe uma célebre frase do Nilton Santos, a enciclopédia do futebol, que diz assim:

"É verdade que o Mané não aparece na revisão médica às segundas-feiras. É que na segunda-feira ele vai para Pau Grande, sua cidade, caçar passarinho. Sei também que nem sempre ele aparece para treinar na terça, principalmente quando o tempo está bom. É que ele dá uma esticadinha, fica caçando mais um pouco, e tomando sua cachaça. É também fato que ele vira-e-mexe foge da concentração. Mas ninguém pode acusá-lo de não jogar aos domingos e nos jogos ele garante o nosso bicho. É só isso que temos de cobrar dele: que nos garanta os prêmios por vitórias. Esse negócio de revisão médica, treinamentos, concentrações é para nós, mortais, comuns. O Mané é diferente".

Podemos notar isso em diversas áreas e atuações e esse tipo de comportamento, averssão as leis e normas e talvez, em último caso, acreditar mesmo que está acima delas é bem comum. Quem nunca teve aquele colega de escola que simplesmente dormia em aulas e tirava dez nas provas sem estudar, simplesmente por, de alguma forma, conseguir assimilar e perceber o mundo a sua volta. O problema é que os filmes e as grandes histórias são sempre de gênios do esporte, da literatura, da ciência, das artes etc. Eles nunca falam sobre pessoas comuns, medíocres. Não podemos esquecer também que um mundo não poderia ser feito somente de Van Goghs ou Portinaris, ele tem de ser feito de Joãos e Pedros que são os caras que pintaram a minha casa, e a pintaram muito bem, diga-se de passagem. Não podemos ter somente Garrinchas e Zizas, temos de ter também Dalmos e Niltons Santos: mortais!

O que eu quero dizer depois disso tudo é que, o que move o mundo é o mediano, o mediocre, que se adequa, que se disciplina. O que move o mundo é o conjunto de indivíduos que funcionam como uma massa em uma mesma direção. Necessitamos de pessoas medíocres para a sociedade da forma como conhecemos funcionar razoavelmente uniforme, entretanto precisamos de gênios e o fora do comum para abrilhantar e alegrar nossa breve existência.


Até!

26 janeiro 2008

Loner Dottie

Olá!
Hoje vou fazer o post mais pessoal da minha curta carreira de blogger!
Já me disseram ser corajoso em postar sobre livros que não li com sinceridade tamanha que fiquei até, como diria meu professor de mecânica quântica 1 e mecânicia estatística, desconcertado!
Digo isso pois esse curto texto tem a única finalidade de passar a emoção de acabar de abrir as janelas de meu quarto e ver o nascer do sol!

Infelizmente presencio esse evento particularmente maravilhoso sozinho, sem nenhuma amizade do lado para compartilhar a tristeza que sinto ao ver o Sol nascer e também sozinho sem ter alguém pra dizer quanto é bom ver mais um dia, viver durante mais um dia do lado dessa pessoa...como diria o grande Cazuza: "sem pódium de chegada ou beijo de namorada..."!

Gostaria de ter alguém do meu lado simplesmente pra dizer: "Veja isso! É simplesmente maravilhoso!" e de preferência a pessoa que fizesse tocar os sinos mágicos do mundo e do paraíso enquanto eu a beijasse. Gostaria de ver o Sol nascer em sua presença...e gostaria morrer vendo o sol nascendo junto com Você. Isso mesmo, sol com letra minúscula e VOCÊ com letra maiúscula pois VOCÊ é muito mais importante do que qualquer estrela do firmamento!

Até!

25 janeiro 2008

Desilusão

Olá!
Hoje fuçando no orkut de uma amiga minha dos tempos de graduação vi esse texto no "about me" dela e que confesso que me surpreendi.

"Quando eu era criança dizia que queria ser cientista. Aqui estou eu, quase conquistando meu título de mestre em Astrofísica... e com uma desilusão do tamanho do Universo!
De que vale este título se não posso expressar meu pensamento, e através do meu raciocínio tentar entender os fenômenos da natureza?
Depois de 6 anos me preparando para ser cientista, aprendi que no mundo da ciência manda quem tem mais títulos, quem publica mais artigos científicos, e que só podemos ter como objeto de estudo aquilo que o mercado tecnológico nos paga para pesquisar. Vendi meu cérebro!... e por míseros 900 reais por mês.
Queria ser cientista porque eu acreditava no ideal grego do conhecimento pelo conhecimento. Hoje em dia, a ciência é apenas mais um mercado de trabalho, uma verdadeira luta de egos e poderes. Por esta razão NÃO ACREDITO MAIS NA CIÊNCIA!

Quero ser bailarina!"

Será mesmo que as coisas em ciências são assim?
De fato, é importante o título que você tem, isso te da respaldo. Entretanto, eu vivo uma situação muito parecida com essa amiga minha (a seis anos me preparo para ser cientista) e hoje me questionei: Por quê? Será que acredito no ideal grego de conhecimento por conhecimento que ela acreditava mas que na situação atual é execrado devido ao mercado tecnológico?
De qualquer maneira é uma questão em aberto na minha mente mas alguns indícios de resposta pintam agora:

Acredito que me tornei um cientista com o objetivo de tentar entender como algumas coisas funcionam, sobretudo a natureza. Não quero me comparar com um filósofo grego ou algum intelectual da idade média. Não chegaria nem as unhas desses caras, muito menos aos pés deles. Entretanto, me formar no curso de Física e fazer o mestrado em uma área que me agrada me proporcionou muitas coisas como pensamento crítico, dentro é claro de minhas possibilidades de conhecimento, contato com pessoas interessantissimas e extremamente cultas e com uma capacidade de raciocínio fantástica.

Aprendi que o que a Bárbara (minha amiga) fala no seu texto de que quem tem valor é quem pública mais, quem tem mais titulação e mais nome é algo difícil de aceitar mas que via de regra, entre os cientistas mais competentes que eu conheço isso não tem validade, apesar da guerra de ego que existe na prática da Física. De fato é um trabalho, talvez não como um trabalho mais convencional como por exemplo taxista, engenheiro, advogado ou médico. Não que sejam piores ou melhores, simplesmente são diferentes. Penso que bagagem científica é algo importante, mas idéias coerentes e lógicas independente do seu título, são mais importantes. Se um cara defende um ponto de vista que considero de uma forma ridícula, sem nenhuma base ou coerencia, não importa o título que ele possua, continuará sendo ridículo na minha opnião.

Por fim, ainda acredito na ciência e não quero ser bailarina, pelo menos por enquanto!
Beijo especial para a Bárbara!

Até!

20 janeiro 2008

O Maior de Todos

Olá.
Não é segredo que eu sou um cara apaixonado por futebol. Independente do time que torço, gosto muito de ver um grande jogo e grandes jogadas, leio histórias do esporte bretão e até coloquei a saga do Start, time de futebol formado na época da segunda guerra que virou uma lenda.
Não é segredo para quem me conhece também que sempre prefiro o futebol bem jogado, bonito de ser assistido. Aqueles dribles fenomenais mesmo que para aqueles chatos críticos, esse tipo de jogo não seja eficiente. Mas, justemente por pensar assim, considero o Garrincha o maior de todos os jogadores da história, mesmo não tendo acompanhado a carreira dele fora dos registros que se têm e dos textos escritos sobre ele. Mas nessa base, prefriro assistir um vídeo do Garrincha do que do Pelé, do Puskas ou do Di Stefano por exemplo.

O motivo de colocar esse texto aqui no blog é que hoje faz 25 anos da morte do Garrincha, o maior de todos.

Retirado do Blog do Juca:

25 anos sem Mané Garrincha*


Pelé deixava o estádio boquiaberto. Garrincha fazia o estádio gargalhar.

O Rei beirava a perfeição, como Michelangelo. Mané alegrava, como Van Gogh.

O "Atleta do Século" era Spielberg. A "Alegria do Povo" era o próprio Chaplin.

Um lembrava Beethoven, o outro, Mozart.

O Rei Pelé, é o melhor de todos os tempos. Mané Garrincha, a "Alegria do Povo", foi o segundo.

Mesmo que o mundo não reconheça, Garrincha foi sim, o segundo melhor jogador da história do futebol.

E com Pelé e Garrincha juntos, a Seleção Brasileira jamais perdeu um jogo sequer. Foram 40 partidas, 36 vitórias e apenas quatro empates.

Por herético que pareça, Garrincha conseguiu ser até mais importante que Pelé nas duas Copas do Mundo vencidas pela Seleção Brasileira com ambos em campo -- em 1958, na Suécia, e em 1962, no Chile.

Na primeira, o Brasil provavelmente venceria mesmo sem o menino Pelé, com 17 anos. Teria sido mais difícil, sem seus seis gols e tanta genialidade. Mas, sem Mané, talvez tivesse sido impossível, arma letal para desarrumar as defesas européias.

Indiscutível, no entanto, que na Copa do Chile, na qual Pelé saiu machucado no segundo jogo, Garrincha fez pelo Brasil o que só Maradona foi capaz de fazer pela Argentina, no México, 24 anos depois: ganhou a Copa praticamente sozinho.

Ali, ele driblou como sempre e fez gols, quatro, como nunca. Mais: armou pelo meio, marcou gol de cabeça, de pé esquerdo, de fora da área, bateu faltas, uma das quais, no rebote do goleiro inglês, acabou e gol do Brasil. Enfim, ele pintou e bordou.

Assumiu o papel de ator principal, acostumado que estava a ser coadjuvante de Pelé.

Até ser expulso de campo ele foi (pela quarta e última vez em 20 anos de carreira), na semifinal, contra os anfitriões, depois de muito apanhar de seus marcadores chilenos.

E jogou a finalíssima febril.

Em 1970, ano do tricampeonato brasileiro, Garrincha já não estava e Pelé foi maravilhoso, como era habitual. Mas, novamente, é possível supor que o Brasil seria campeão mesmo sem ele.

No Chile, no entanto, sem Garrincha, jamais.

E, enfim, para enaltecer o maior camisa 7 da história não é preciso compará-lo a ninguém -- embora inevitável, mas já suficiente. Até porque Garrincha foi único.

Tão único que apenas uma vez, em 60 jogos, saiu derrotado de campo com a camisa da Seleção Brasileira. E foi exatamente em sua última participação pelo time da CBF, na Copa da Inglaterra, em 1966, Brasil 1, Hungria 3. No mais, foram 52 vitórias e sete empates.

Mané Garrincha era pura fantasia. E, fisicamente, improvável.

A tal ponto que foi dispensado de servir ao Exército sem nem sequer precisar de exame médico. O sargento que o recebeu achou que ele era deficiente físico e dispensou-o sem mais.

Tinha o joelho direito virado para dentro e o esquerdo, para fora.

Em regra, as pessoas são genuvaras (os dois joelhos voltados para dentro) ou genuvalgas (para fora).

Ele não era nem uma coisa nem outra. Ou era ambas.

De quebra, tinha um deslocamento de bacia.

Daí porque ser praticamente impossível marcá-lo.

Se o marcador olhasse para os seus joelhos ficaria inteiramente desorientado. Se olhasse para o seu tronco que, é claro, sempre acompanha o movimento do corpo, também se perderia, porque o deslocamento da bacia causava confusão.

E todo mundo sabia que ele só driblava para a direita. Mas ninguém conseguia roubar a bola dele.

Vale relembrar.

Os dois alvinegros, Santos e Botafogo, faziam os grandes jogos da época, anos 60. Pelé x Garrincha, fora outros gigantes de ambos os timaços.

Pois o Pacaembu, em São Paulo, estava lotado para ver mais uma disputa genial.

Pelé e Mané estavam em campo, mas o diabo estava era no corpo que vestia a camisa 7, não a 10. O lateral esquerdo Dalmo, do Santos, viveu uma tarde de terror. Garrincha pegava a bola e, andando, levava Dalmo até dentro da grande área, onde o zagueiro não podia fazer falta.

O Pacaembu não acreditava no que via: um ponta andar da intermediária até a área, sem que o lateral tentasse tirar a bola, temeroso do drible desmoralizante. Até que Dalmo percebeu que tinha virado motivo de chacota dos torcedores, muitos dos quais nem santistas eram, mas que iam ao campo na certeza do espetáculo.

E Dalmo resolveu bater, fora da área. Bateu uma vez, Garrincha caiu, o árbitro marcou a falta e repreendeu o paulista. Bateu outra vez, Garrincha voltou ao chão, o árbitro marcou a falta e ameaçou Dalmo de expulsão, porque naquele tempo o cartão amarelo não existia.

A terceira falta de Dalmo foi a mais violenta, como se ele tivesse pensando: "Arrebento essa peste, sou expulso, mas ele não joga mais".

Pensado e feito. Enquanto o gênio das pernas tortas estava estirado no bico direito da área dos portões principais do Pacaembu, o árbitro determinava a expulsão de Dalmo, cercado por botafoguenses justamente irados com seu gesto.

Eis que, como um acrobata, Garrincha levanta-se, afasta seus companheiros, bota o braço esquerdo no ombro de Dalmo e o acompanha até a descida da escada para o vestiário, que, então, ficava daquele lado.

Saíram conversando, como se Garrincha justificasse a atitude, entendesse que, para pará-lo, não havia mesmo outro jeito.

O Botafogo ganhou de 3 a 0 e saiu aplaudido do estádio. Tinha visto uma autêntica exibição do Carlitos do futebol, digna mesmo de Charles Chaplin, divertida, anárquica, humana, sensível, solidária.

Assim Mané levava o futebol e a vida. Sem maldade.

Talvez também por isso, o povo brasileiro o amou mais do que qualquer outro ídolo do futebol.

Garrincha não se enquadrava em nenhuma teoria e foi a melhor prova de que nada é mais injusto do que tratar igualmente os desiguais.

Ele merecia tratamento especial. Ou era assim ou não teria sido o que foi.

Nilton Santos, por exemplo, seu compadre e líder do grande Botafogo dos anos 50 e 60, gosta de contar que de vez em quando surgiam reclamações dentro do elenco alvinegro por causa das regalias do camisa 7.

Quando a situação começava a dar pistas de uma crise iminente, o lateral-esquerdo reunia os jogadores e os catequizava. "É verdade que o Mane não aparece na revisão médica às segundas-feiras. É que na segunda-feira ele vai para Pau Grande, sua cidade, caçar passarinho. Sei também que nem sempre ele aparece para treinar na terça, principalmente quando o tempo está bom. É que ele dá uma esticadinha, fica caçando mais um pouco, e tomando sua cachaça. É também fato que ele vira-e-mexe foge da concentração. Mas ninguém pode acusá-lo de não jogar aos domingos e nos jogos ele garante o nosso bicho. É só isso que temos de cobrar dele: que nos garanta os prêmios por vitórias. Esse negócio de revisão médica, treinamentos, concentrações é para nós, mortais, comuns. O Mané é diferente".

E bote diferente nisto.

Garrincha era um sujeito simples, ingênuo mesmo, mas muito inteligente, diferentemente do que o folclore sempre quis fazer parecer.

São inúmeros os casos que o têm como protagonista central, boa parte deles fruto da imaginação de quem os contou.

Sobre isso, por sinal, é recomendável a leitura do grande livro "Estrela Solitária – Um brasileiro chamado Garrincha", obra-prima do jornalista Ruy Castro, publicado em 1995 pela editora brasileira Companhia das Letras.

(Ruy Castro, por sinal, prefere comparar Mané Garrincha ao comediante mexicano Cantinflas e a Harpo, um dos irmãos Marx, e discorda dos que o comparam a Chaplin, embora fosse impossível ver Garrincha sem lembrar de Carlitos e vice-versa).

Na biografia, revelam-se todos os ângulos do ponta-direita e, sem rodeios, como o álcool o devastou, levando-o a um fim dramático e inglório.

O imortal compositor Tom Jobim costumava dizer que o povo brasileiro é tão original que entre um vencedor e um perdedor sempre escolhe o segundo, razão pela qual Garrincha era mais amado que Pelé.

Uma evidente meia-verdade porque se, de fato, o craque botafoguense não teve a vida que merecia, por outro lado, dentro dos gramados, foi um incontestável vencedor. Como poucos, aliás.

Mané Garrincha nasceu Manuel dos Santos, em 28 de outubro de 1933, em Pau Grande, município do estado do Rio de Janeiro. As pernas tortas foram herança da mãe, Maria Carolina, e o alcoolismo herdado geneticamente do pai, Amaro.

Sobre ele, alguns dos principais escritores e jornalistas brasileiros cunharam frases como estas: ´´Para Garrincha, a superfície de um lenço era um latifúndio.`` (Armando Nogueira);

´´Como o poeta, tocado por um anjo, como um compositor, seguindo a melodia que lhe cai do céu, como o bailarino atrelado ao ritmo, Garrincha joga futebol por pura inspiração.``(Paulo Mendes Campos); ´´E a civilização não era o elemento de Garrincha. A graça estava em driblar, apenas driblar. Estava no futebol em estado selvagem e lúdico, que era como os índios o jogariam, se soubessem.``(Ruy Castro).

E um jornal chileno, "El Mercúrio", perguntou, durante a Copa do Mundo de 1962, em manchete: ´´De que planeta viene?``

Garrincha veio de um planeta desconhecido da imensa maioria dos atletas europeus, mas velho conhecido dos jogadores do Terceiro Mundo.

O campinho que serviu de palco para seus primeiros jogos quando ainda menino ficava à beira de uma ribanceira.

Ruy Castro descreve: "Conduzir a bola descalço, sem torcer o pé num daqueles buracos, já seria uma façanha. Driblar perto da ribanceira sem deixar a bola escorrer por ela, façanha maior ainda. Garrincha praticava as duas proezas com a maior facilidade. No primeiro caso porque, de tanto topar com os buracos, aprendera a driblá-los junto com o adversário; no segundo, porque detestava ter de descer a pirambeira para buscar a bola – donde tentava não perdê-la. O normal era que jogassem Garrincha e mais dois contra sete ou oito, para a partida ficar equilibrada".

Com um aprendizado em tais condições, só mesmo os italianos ficaram surpresos com a atuação dele num amistoso diante da Fiorentina, pouco antes da Copa do Mundo de 1958.

É ainda Ruy Castro quem narra: "O Brasil já ganhava por 3 a 0, mas o quarto gol, que foi de Garrincha, aos 30 minutos do segundo tempo, sangrou a Fiorentina até a morte. Garrincha transformou os italianos em soldadinhos de cartas, um derrubando o outro à sua passagem. Robotti foi o primeiro que ele driblou. Magnini apareceu para ajudar Robotti e foi igualmente driblado. O goleiro Sarti abandonou a meta para enfrentar Garrincha e também foi fintado. Com o gol vazio, Garrincha poderia ter chutado, mas Robotti conseguira voltar para combatê-lo. Garrincha tirou-o da jogada com um drible de corpo e Robotti teve de segurar-se na trave para não cair. Garrincha, então, apenas caminhou com a bola até dentro do gol". Como se quisesse evitar que a bola descesse ribanceira abaixo.

Diz a lenda que a brincadeira tirou-o do time titular do Brasil no começo da Copa e , fábula ou não, o fato é que ele só entrou na equipe no terceiro jogo, quando enlouqueceu os soviéticos do começo ao fim da partida.

Entre 1955 e 1962, Mané Garrincha foi isso, arte em estado puro.

De 1962 em diante, embora tenha jogado a Copa da Inglaterra, em 1966, ele tentou apenas sobreviver.

Seus joelhos já estavam em situação miserável e o alcoolismo se acentuava dramaticamente.

O melhor ponta-direita da história não conseguia driblar seus fantasmas e, no dia 20 de janeiro de 1983, nove meses e oito dias antes de completar 50 anos, Manoel dos Santos morreu miserável e esquecido para passar a ser reverenciado como um dos grandes gênios do futebol.

Mas gênio mesmo, com G de Garrincha.

*Texto escrito originalmente e publicado no livro "Futebol de muitas cores e sabores", da coleção Saberes do Desporto, Editora Campos das Letras, da Universidade do Porto, Portugal, em 2004.

18 janeiro 2008

Ilegal e Imoral

Olá.
Acabo de assistir a versão dublada e picotada exibida pela rede globo de tele(ment...)visão o filme "O Júri". De fato já havia assistido este filme e me agradou. Eu preciso parar de escrever assim. Gostei do filme entretanto acho um filme legal, não um filme bom. Qualquer dia explico qual a diferença das duas classificação para filmes que eu resolvi utilizar.

O fato é que esse filme me despertou um pensamento: a diferença do que é legal para o que é moral. Na verdade, o que acredito que seja moral é um conjunto de regras que devem ser seguidas sempre, pelo menos pra minha pessoa. Nada como abstinência sexual, alcoólica ou coisas assim mas questões mais profundas e mais fundamentais de conduta e caráter, o que muitos chamamos de valores que variam de pessoa para pessoa mas que via de regra tem seus padrões, visto que vivemos em uma sociedade tipicamente cristã, como valores de cristãos, independênte da religião que é seguida individualmente ou que não é seguida, como é o meu caso.

Para quem sabe do que se trata o filme que originou o pensamento já vou avisando, não vou discutir aqui sobre armas e o tema central do filme mas sim falar sobre leis.
Durante o filme, algumas pessoas falam coisas como "Eu sigo as leis!" ou "Eu não fiz as regras, só jogo de acordo com elas!" ou ainda "Estamos aqui para decidir o caso, não mudar as leis do nosso país!" e coisas assim, e isso é o que me chama atenção. Coompreendo que leis são necessárias para a convivência em sociedade e para atingir o grau de "evolução" que os seres humanos atingiram, mas acredito ser mais interessante seguir os próprios valores pois existem coisas que são legais, ou pelo menos julgadas legais mas que, de acordo com meu ponto de vista, são imorais. Essa obediência ou auto-desobediência estúpida me lembrou de algo que li a algum tempo e achei muito engraçado. É uma coletânea de leis que não fazem o menor sentido. Não as considero-as, em sua maior, imorais, as considero piadas. Apesar disso, algumas delas podem ser extremamente prejudiciais. Segue essa coletânea!


* França
o Entre as 8 da manhã e as 8 da tarde 70% das músicas tem de ser de artistas franceses.
o É proibido beijar alguém no metrô.
o É proibido batizar um porco com o nome de Napoleão.
o É proibido fotografar políciais e suas viaturas inclusive quando saiam em segundo plano.

* Alemanha
o Uma almofada pode ser considerada como uma arma passiva.
o É proibido andar de máscaras pela rua.
o Em qualquer escritório há de se poder ver pelo menos parte do céu.

* Dinamarca
o Tentar escapar da prisão não é ilegal, no entanto, se for pego terá que cumprir o resto da condenação.
o Ninguém pode pôr em movimento seu veículo se há alguém embaixo dele.
o Os restaurantes não poderão cobrar pela água a não ser que não esteja acompanhada com algo mais, como gelo ou uma fatia de limão.

* Suécia
o A prostituição é ilegal, usar o serviço de prostituição não é.
o É proibido repintar tua casa sem uma licença do governo.

* Suiça
o Se você deixar as chaves dentro do carro com a porta destravada, será multado.

* Noruega
o É proibido a castrar cães ou gatos, assim como a qualquer outra espécie, inclusive homens.
o As bebidas que contenham mais de 4,75% de álcool não podem ser vendidas nas eleições.

* Finlândia
o Os taxistas devem pagar direitos autorais se colocam música em seu carro quando transportam clientes.

* Inglaterra
o A lei autoriza às vendedoras a fazer topless em Liverpool, mas somente em lojas de peixes tropicais.
o É ilegal pendurar roupa de cama na janela.
o É proibido pescar salmão nos domingos.

* Irlanda
o Se você está em Cork, e vê um escocês, ainda é legal mirá-lo com arco e flecha, exceto nos Domingos.

* Canadá
o É ilegal tirar o curativo em público.
o Em Alberta, se você esteve preso e foi liberado, tem direito a pedir um arma carregada e um cavalo para sair da cidade.
o Em Ottawa a lei proibe chupar picolé no domingo atrás do Banco.
o É proibido tentar aprender bruxaria.

* Colômbia, Cali
o A primeira vez que a mulher tiver relações com seu marido, a mãe dela deve estar no quarto para testemunhar o ato.

* Mexico
o É proibido queimar bonecas.

* Bolívia, Santa Cruz
o É ilegal para um homem ter relações com uma mulher e sua filha ao mesmo tempo.

* EUA, Alabama
o É proibido jogar dominó no domingo.
o É ilegal usar bigode postiço que cause risos na igreja.
o Colocar sal nas linhas ferroviárias pode ser castigado com a pena de morte.
o Os homens não podem cuspir diante das mulheres.
o É proibido vender amendoim após o entardecer das quartas-feiras em Lee Country.

* EUA, Nova York
o É proibido passear com um sorvete de casquinha na bolsa nos domingos.
o As mulheres poderão praticar o topless em público desde que não seja com fins lucrativos.

* Greene, Nova York
o É ilegal comer amendoins e andar para atrás pelas ruas quando há um concerto.

* Kentucky
o Cada pessoa deve tomar banho ao menos uma vez ao ano.
o Nenhuma mulher dever aparecer em traje de banho em nenhum aeroporto deste Estado a não ser que seja escoltada por dois policiais ou esteja armada com um cacetete. As disposições deste decreto não serão aplicadas a mulheres que pesem menos de 90 libras (aprox. 40kg.) ou mais de 200 libras (aprox. 90 kg.), nem serão aplicadas a éguas.

* Lexington, Kentucky
o É ilegal carregar sorvetes de casquinha na bolsa.

* Atlanta
o É proibido amarrar uma girafa a um poste de luz.

* Chicago
o É proibido comer num lugar que esteja pegando fogo.

* Columbia, Pensilvânia
o É proibido que um instrutor faça cócegas no aluno de auto escola para chamar sua atenção.
o É proibido estourar balões na rua.
o É proibido cantar no chuveiro.
o Não se pode segurar um peixe por outra parte que não seja a boca.
o É proibido dormir num congelador.
o É proibido caminhar de costas comendo amendoins em frente ao Barnstormers Auditorium.

* Carolina do Norte
o Brigas entre cães e gatos são proibidas por decreto em Barber.
o É proibido usar elefantes para arar os campos de algodão.
o A única posição permitida é o papai-e-mamãe e com as cortinas fechadas.
o Se um homem e uma mulher que não são casados se registram num hotel como casal, segundo as leis do estado, passam oficialmente a estarem casados a partir desse momento.
o É ilegal praticar sexo no pátio da igreja.
o O sexo oral é considerado um crime contra a natureza.

* Corning, Iowa
o É considerado um delito que um homem peça a uma mulher que entre em seu carro.

* Idaho
o É ilegal que um homem presenteie a sua amada uma caixa de bombons que pese menos de 50 libras (aprox. 23 kg).

* Blythe, Califórnia
o Uma pessoa deve possuir ao menos duas vacas para poder usar botas de cowboy em público.

* Denver
o É ilegal emprestar o aspirador de pó ao vizinho.

* Devon, Connecticut
o É ilegal andar para trás depois do pôr do sol.

* Menphis, Tennesee,
o É ilegal que uma mulher dirija um carro a não ser que tenha um homem correndo à frente dela agitando uma bandeira vermelha para avisar aos motoristas e transeuntes que se aproximam.

* Pocataligo, Georgia
o É delito que uma mulher de mas de 200 libras (aprox. 90 kg.) de short curto viaje ou pilote um avião.

* Pocatello, Idaho
o Uma lei que remonta a 1912 decreta que "é proibido levar armas ocultas, a não ser que sejam exibidas".

* Seattle
o É ilegal carregar uma arma oculta que meça mas de seis pés (aprox, 1,8 metros) de comprimento.
o É proibido a entrada de monstros nos limites urbanos.

* Wilbur, Washington
o É ilegal montar num cavalo feio.

* Tulsa, Oklahoma
o É contra a lei abrir uma garrafa de soda sem a supervisão de um engenheiro graduado.
o É ilegal que o dono de um bar permita que alguém finja ter sexo com um búfalo.
o Os cães devem ter uma permissão assinada pelo prefeito para reunir-se em grupos de três ou mais numa propriedade privada
o É ilegal pôr uma pessoa hipnotizada numa vitrine.

* Jonesboro, Georgia
o É ilegal dizer "Oh, Boy".

* Texas
o Quando dois trens chegarem juntos num cruzamento de vias, ambos devem parar completamente, e nenhum deve seguir adiante até que o outro tenha ido.
o Proibido possuir um alicate.

* Kansas City, Missouri
o Os menores de idade não podem comprar pistolas de brinquedo; no entanto podem comprar as reais.

* New Hampshire
o Proibido bater os pés ou mover a cabeça ou de qualquer forma seguir o ritmo da música numa taberna, restaurante ou cafetería.

* Arkansas
o Uma lei diz que o rio Arkansas não pode subir mais que a altura da ponte de Main Street de Little Rock.

* Massachusetts
o Os cães devem ter as patas traseiras amarradas durante o mês de abril.

* Virginia
o A única bebida permitida na praia é água que esteja dentro de uma garrafa de plástico transparente.

* Maryland
o Os preservativos podem ser vendidos em máquinas somente em lugares onde são vendidas bebidas alcoólicas para consumo no local.

* Rhode Island
o É vedada a venda de pasta de dentes e escova de dentes ao mesmo cliente nos domingos.

* Oregon
o É ilegal susurrar besteiras ao amante durante o ato.
o É proibido assobiar embaixo d'água.
o Os animais não podem cruzar nos limites da cidade de Stanfield.

* Ohio
o É ilegal colocar um peixe dentro de uma camisinha.
o Ninguém pode ser preso em 4 de julho e nem no domingo.
o As mulheres não podem usar sapatos de couro que permita aos homens ver as suas roupas íntimas através do reflexo.
o É proibido dar mais de 100 voltas nà cidade.

* Libano
o Os homens podem legalmente ter relações sexuais com animais, sempre que forem fêmeas. Ter relações sexuais com machos pode ser castigado com a morte.

* Indonésia
o A pena para a masturbação na Indonésia é a decapitação.

* China, Hong Kong
o Uma mulher enganada pode legalmente matar seu marido adúltero, mas deve fazê-lo só com suas mãos. Em contrapartida, a mulher adúltera pode ser morta de qualquer maneira por seu marido.
o É ilegal inscrever-se na Universidade, a não ser que você seja inteligente.

* Israel
o É proibido meter o dedo no nariz aos sábados.
o Em Haifa é proibido levar ursos à praia.

* Tailândia
o Se pegam você atirando um chicle no chão recebe uma multa de 600 dólares e se não pode pagar sera preso.

* Camboja
o É proibido o uso de pistolas de água para as celebrações de passagem de ano. não outras datas comemorativas não tem problema.

* Cingapura
o É proibida a venda de chiclete.
o É proibido que homossexuais vivam no país.
o O sexo oral é proibido a não ser que realize-se como entretenimento.
o A pornografia é também proibida.

* Bahrein
o Um médico pode legalmente examinar os genitais femininos, mas está proibido de olhá-los diretamente durante o exame. Só pode fazê-lo mediante o uso de um espelho.

* Guam
o Há homens em Guam cujo único emprego, bem pago diga-se de passagem, é viajar pelo pais para deflorar virgens. A razão é que pelas leis de Guam, é proibido que as virgens se casem.

* Austrália, Victoria
o Somente eletricistas podem trocar lâmpadas.
o É ilegal passar graxa de sapato na cara.


Até!

02 janeiro 2008

Chocolate e Cerveja

Outro dia ganhei um bombom da minha irmã ou da minha mãe, não me recordo direito!
O fato é que comi o chocolate e desceu meio que quadrado, como se tivesse um gosto ruim. Nessa mesma hora pensei qual seria o próximo post do blog.

Imaginem dois tipos de pessoas: aquelas que são consideradas pessoas doces, corretas e agradáveis, agradáveis demais e aquelas que são ditas difíceis de lidar, amargas, que você tenta e tenta conversar e elas não dão uma brecha.

Quando eu era mais guri, adorava comer chocolate, muito chocolate e a primeira vez que experimentei um gole de cerveja achei terrível, amargo e pensei "eu nunca vou tomar isso"!
Mas o tempo foi passando e eu comecei a acostumar com o gosto amargo da cerveja e comecei a enjoar de chocolate e hoje prefiro um copo de cerveja a um bombom!

O motivo que disse isso é que acho que como o chocolate, as pessoas "doces" são enjoativas...Não pra mim, mas para os outros pois, frequentemente vemos elas se dando muito mal e vemos outros comentando que não gosta de tal cidadão porque ele é bonzinho demais.
O caso das pessoas amargas como a cerveja, muitas vezes são mostradas como heróis sendo que elas simplesmente não se importam, então por isso a insistencia (o costume) com este ser, o tornando mais "bem sucedido" em muitos aspéctos dos quais eu duvidaria. Não era para ser o contrário?

Conclusão: as pessoas são como chocolates, e como cervejas!

=D

Até!

Papai Noel Velho Batuta